Os mendigos de afeto estão pelas ruas,
e andam tão carentes do pão do amor,
que se entregam a paixões duvidosas,
entregam coração e alma na mão de quem souber oferecer,
palavras doces,
abraços afetuosos e elogios,
mesmo que sejam mentiras,
mas que sejam mentiras adocicadas.
Como quem tem sede no deserto,
aceitam beber de qualquer água,
e vêem coisas que só eles mesmo vêem,
verdadeiras miragens que enganam os olhos e o coração.
Os mendigos de afeto não conseguem enxergar além da emoção,
e vão aceitando relacionamentos cada vez mais estranhos,
aceitando migalhas do banquete,
restos de amor que caem pelo chão,
aceitam desculpas esfarrapadas,
violência gratuita,
humilhações,
trapaças,
enganos e desenganos,
e sofrem, mas se confortam com o pouco...
Até que a dor se torna tão forte,
que acordam,
saem do relacionamento de esmola e se trancam,
juram nunca mais entregarem-se ao amor,
que pensam ter vivido,
quando na verdade,
nem o conheceram,
recolheram apenas as sobras de afeto,
que aceitaram pela "fome" de atenção.
Mesmo o mais miserável dos mendigos merece respeito,
e muitas pessoas não andam se respeitando,
aceitando qualquer moeda,
qualquer palavra falsa,
desde que preencha o buraco enorme que alimentam na alma,
buraco da solidão,
da falta de auto-estima,
falta de crenças verdadeiras,
de objetivos na vida.
Preencha-se primeiro!
Busque um encontro verdadeiro com o seu "eu",
descubra o que realmente te faz feliz,
para quem alguém possa se aproximar e ao invés de migalhas,
possa te oferecer um jantar com luz de velas e música,
um banquete completo,
com tudo o que você sempre sonhou,
do tamanho exagerado da felicidade que você merece,
apenas completando o que você já tem de sobra: amor!
(Paulo Roberto Gaefke)
Trabalho e Saber: um artigo de Gorz.
Há uma hora
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