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PEDAGOGIA DA AUTONOMIA


Autor: Freire, Paulo
Editora: Paz e Terra
Categoria: Ciências Humanas e Sociais / Pedagogia

A Pedagogia da Autonomia é um livro pequeno em tamanho, mas gigante em esperança e otimismo, que condena as mentalidades fatalistas que se conformam com a ideologia imobilizante de que a realidade é assim mesmo, que podemos fazer? Para estes basta o treino técnico indispensável a sobrevivência. Em Paulo Freire, educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, reconhecendo que a História é um tempo de possibilidades. É um ensinar a pensar certo como quem "fala com a força do testemunho. É um ato comunicante, co-participado, de modo algum produto de uma mente burocratizada. No entanto, toda a curiosidade de saber exige uma reflexão crítica e prática, de modo que o próprio discurso teórico terá de ser aliado à sua aplicação prática.

"Uma leitura obrigatória para profissionais do ramo da Educação , engrandece como ser humano acima de tudo."

" Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha pratica exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser profesor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza. Sou professor a favor da boniteza de minha própria pratica, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha pratica se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não conso de me admirar.
Assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente ao puro ensino daqueles conteudos. Esse é um momento apenas de minha atividade pedagógica. Tão importante qaunto ele, o ensino dos conteúdos, é o meu testemunho ético ao ensina-los. e a decência com que o faço. É a preparação cientifica revelada sem arrogância, pelo contrário, com humildade. É o respeito jamais negado ao educando, a seu saber de "experiência feito" que busco superar com ele. Tão importante quanto o ensino dos conteúdos é a minha coerência na classe. A coerênia entre o que digo, o que escrevo e o que faço." Paulo Freire

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