A mentira é como uma corrente cheia de elos soltos,
quem a conta, tem que ir soldando elos,
contando mais mentiras, remendando a sua vida,
para dar força a primeira mentira
e quando uma delas se quebra,
a corrente se desfaz, e o que resta é a vergonha.
Por isso, quanto maior for a explicação,
maior a possibilidade de existir uma mentira.
E a mentira cria raízes na pessoa,
e vai se enrolando na pessoa que mente,
criando uma falsa idéia de facilidade,
ou seja, uma mentirinha aqui não faz mal,
essa mentira ali é para ajudar a pessoa,
essa outra é para não perder isso,
e essa outra aqui é porque a pessoa
não vai suportar a verdade,
e ampliamos as desculpas para mentir,
e nos enrolamos nas raízes,
e já não sabemos o que é verdade e o que é mentira,
e um dia, quando menos se espera,
escorregamos na verdade,
e caímos na humilhação de sermos declarados falsos,
perdemos amigos, magoamos parentes, destruímos relações,
e o pior, fazemos mal a nós mesmos,
e o que era boa intenção, virou pesadelo,
e o que era uma forma de aliviar, virou dor profunda.
Corte essa raiz antes que ela se firme,
antes que ela se estabeleça no seu canteiro,
e de simples planta no terreno,
passe à ser a dona do seu jardim da vida,
matando as belas flores que existem em você.
(Paulo Roberto Gaefke)
Mito e Morte
Há 4 dias
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