Falando sério,
eu gostaria mesmo é de parar um pouco e ver estrelas,
ter tempo para respirar o ar que vem do mar,
e sentir o vento me tocar o rosto, mesmo que seja gelado.
A brisa do mar me convidaria para uma lembrança,
e mesmo que a lembrança fosse um amor do passado,
um rosto que me recorda algumas dores e outras alegrias,
eu seria grato, e pensaria, como é bom ver o mar...
Eu gostaria de brincar mais,
sorrir um pouco além das minhas possibilidades,
estudar algo por puro prazer,
saber um pouco mais sobre o nada,
sobre inutilidades.
Adoraria ler mais no ônibus ou no trem,
e um livro de humor,
onde as pessoas me olhariam como louco,
rindo sozinho,abestalhado no sacolejante banco de plástico...
Ter menos responsabilidades,
relaxar os músculos,pensar menos no que comerei,
vestirei, ou como pagarei,jogar os boletos para o ar,
os carnês e cartões atrasados...
Simplesmente andar na chuva,
deixando molhar até a alma,
alma que se encanta com tão pouco...
Que o trânsito não me irritasse,
pelo contrário,fosse a oportunidade desejada para ouvir aquela "nossa música".
Falando sério,
eu só queria ser mais humano,
mais gente, mais terra, mais chão,menos ator, menos eficiente.
Precisar de menos para ter mais.
Quem sabe uma casinha branca mesmo,
uma companhia despojada como esse novo eu,
que estendesse a mão para os necessitados,
dividindo o pão que tem, sem se importar com o amanhã.
Amanhã que não sei se chegará,
e se chegar,que seja simples e me encontre simples,
pronto para viver,
amar e ser feliz,
sendo simplesmente, humano demais...
(Paulo Roberto Gaefke)
Trabalho e Saber: um artigo de Gorz.
Há 18 horas
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